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MAIS IMPACTANTES ROMANCES DE JANE AUSTEN: MANSFIELD PARK: EM UMA NOVA TRADUÇÃO DE VERA SÍLVIA CAMARGO GUARNIERI.
MANSFIELD PARK,
considerado o mais ambicioso romance de Jane Austen, foi escrito entre
os anos de 1811 e 1813 e publicado anonimamente, como todas as demais
obras da autora, em 1814. É provavelmente o menos romântico e o mais
pragmático dos romances de Austen, como seu abrupto e bastante prosaico
fim demostra. Foi o primeiro dos romances da autora totalmente concebido
e escrito em Chawton - sua última morada, onde viveu até sua morte em
1817 - e caracteriza-se por apresentar um aspecto muito diferente dos
demais romances predecessores. Para alguns leitores, MANSFIELD PARK é o
romance mais gratificante e mais substancial já escrito por Austen,
enquanto que outros o veem com certa reserva, devido à sagacidade e
humor presentes em seus 48 capítulos.
MANSFIELD PARK é
um romance que enfoca as maneiras com que as pessoas tentam lidar uns
com os outros. Mansfield Park deve ser lido sem preconceitos ou
suposições, que na verdade é um dos temas principais do livro. Quase
todos, em Mansfield Park, passam ao longo de toda a trama fazendo
suposições erradas sobre outras pessoas. Ninguém parece realmente
entender uns aos outros e poucos são aqueles que sequer fazem um esforço
para tentar entender os demais. Nesse sentido, são típicos personagens
criados por Austen: reais, inclassificáveis, difíceis, contraditórios e
confusos. Antagonistas agem mais como heróis, heroínas são, por vezes,
antipáticas, e vilões, de repente, se transformam em protagonistas.
Assim, escândalos surgem em MANSFIELD PARK em todos os níveis: o pecado;
as tentações para o pecado; as obstruções interpessoais; as
impropriedades que chocam, excitam e produzem fof ocas dentro da esfera
em que vivem os personagens; a desgraça e a queda públicas; a
vitimização e a acusação profética; a expulsão e o sacrifício
empreendidos pelo mau gosto da mídia. As tensões morais implicadas pelos
sentidos, tão claramente apresentadas em Mansfield Park, são as mesmas
tensões morais do nosso mundo atual: o comportamento contra a moral, a
culpa contra a vergonha, a liberdade contra a permissibilidade, a
tolerância contra a lascívia, a justiça contra a misericórdia. Austen
realmente não pretende resolver qualquer dessas tensões, mas prefere
pressioná-las até o limite de sua solubilidade. E este é a resolução
engenhosa de Mansfield Park.
De várias maneiras, MANSFIELD PARK,
a história tão complexamente criada por Jane Austen, torna-se a nossa
própria história, quer gostemos ou não, soando um pouco como a própria
vida de todos nós.
O tema
prevalecente na obra continua relevante: a necessidade de homens e
mulheres encontrarem a sua identidade e fazerem as suas próprias
escolhas - ainda que a sociedade, por sua natureza, tente os fazer seres
dependentes, sem força e preconceituosos. Este foi o romance mais
lucrativo de Austen, garantindo à autora 350 libras, uma fortuna na
época.
A história já foi adaptada para as mais variadas mídias,
principalmente para o cinema e televisão, sendo as mais conhecidas as
versões de 1983 e 1990, produzidas pela rede de TV britânica BBC e as
homônimas norte-americanas de 1999 e 2007. Além disso, há uma ópera
composta por Jonathan Dove, com libreto de Alasdair Middleton, cuja
primeira apresentação ocorreu no Heritage Opera em 30 de julho de 2011; e
uma adaptação teatral realizada por Tim Luscombe, produzida para o
Theatre Royal, Bury St. Edmunds.
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JANE AUSTEN
(1775-1817): Escritora inglesa proeminente, considerada como uma das
maiores figuras da literatura inglesa, ao lado de William Shakeaspeare,
Charles Dickens e Oscar Wilde. Ela representa o exemplo de escritora,
cuja vida protegida e recatada em nada reduziu a estatura e o dramatismo
da sua ficção. Nasceu na casa paroquial de Stevernton, Inglaterra, onde
o pai era o sacerdote, vivendo a maior parte do tempo nessa região. A
fama de Jane Austen perdura através de seis obras-primas principais:
RAZÃO E SENSIBILIDADE (1811), ORGULHO E PRECONCEITO (1813), MANSFIELD
PARK (1814), EMMA (1815), PERSUASÃO (1818) e A ABADIA DE NORTHANGER
(1818), publicados postumamente. LADY SUSAN (escrito entre 1794 e 1805),
The Brothers (iniciado em 1817, deixado incompleto e publicado em 1925
com o título SANDITON) e OS WATSONS (escrito por volta de 1804, deixado
ina cabado, terminado por sua sobrinha Catherine Hubback e publicado na
metade do século XIX, com o título The Younger Sister) são outras de
suas obras. Deixou ainda uma produção juvenília, uma peça teatral, SIR
CHARLES GRANDISON, OR THE HAPPY MAN: A COMEDY IN SIX ACTS, poemas,
registros epistolares e um esquema para um novo romance, intitulado PLAN
OF A NOVEL.
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